Meio do Grid

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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Memórias do Meio do Grid - Al Pease

Bem, imagine - se você, naufrago, em uma ilha deserta. Nesta ilha, você olha um coqueiro, e percebe que no topo dele tem um jabuti.Com certeza você não vai saber explicar como o jabuti subiu até lá, mas só sabe que ele está.

Pois bem, é com este raciocinio que vamos procurar entender a trajetória de nosso Jabuti, o Anglo - Canadense Al Pease, que do nada apareceu no topo do coqueiro automobilistico, chamado Formula 1 (isso na época que a F1 era coisa pra homens, não pros maricas como os de hoje em dia).

Victor "Al" Pease nasceu em Darlington, Inglaterra, a 15 de Outubro de 1921. Acabou indo morar depois no Canadá, onde conseguiu a dupla cidadania. Começou sua carreira automobilistica nos anos de 1950, onde correu em categorias regionais canadenses pela equipe British Motor Company (BMC), conseguindo um relativo sucesso, chegando inclusive em 1964 ser indicado ao prêmio de piloto do ano, oferecido pela Associação Canadense de Pilotos.

Tal sucesso fez com que nosso jabuti conseguisse no ano de 1967 uma parceria com a empresa de lubrificantes Castrol, para participar do Grande Prêmio do Canadá, realizado naquele ano no circuito de Mosport Park, a bordo de um Eagle particular.



Já nos treinos, nosso jabuti mostrou a que veio: conseguiu ficar na 15º colocação em um grid de 18 carros. Seu tempo foi 7 segundos mais lento que o do Pole Position naquele ano, o escocês Jim Clark. Durante a corrida, Al teve problemas com a bateria do carro, o que fez com que ele só conseguisse largar 6 voltas depois dos demais. Segurando a lanterna da corrida, Al não demora a rodar na grama e encharcar a bateria de água, o que fez com que ela descarregasse.

Pease estava parado no ponto mais longe dos boxes, mas mesmo assim, buscou uma bateria reserva, e instalou no seu carro sozinho, para prosseguir a corrida, terminando a 43 voltas atrás do vencedor, o Australiano Jack Brabham. Por tal motivo, não conseguiu classificação para a prova, pois não completou a distancia mínima necessária. Sua média de velocidade nesta prova foi de 69,4 km/h, ou seja, a mesma de uma motorista velhinha, voltando do supermercado com algumas bandejas de ovos.

No ano seguinte, nosso herói tentou, sem sucesso, se classificar para o mesmo GP do Canadá, ficando 15 segundos atrás do pole Jochen Hindt, e 8 segundos do tempo do penúltimo colocado.

Em 1969, Pease tenta mais uma vez a classificação para o GP do Canadá, ficando a 11 segundos do tempo do pole, o belga Jackie Ickx. Naquele ano, já não tinha mais o patrocínio da Castrol, o que fez com que alinhasse a bordo de um Lola Chevrolet, claramente mais fraco que os demais carros do grid. Sua corrida durou exatas 22 voltas, quando foi desclassificado por estar muito lento (sim, isso mesmo, muito lento) na pista. O motivo da desclassificação foi uma reclamação feita por Ken Tyrrell, quando seu piloto, Jackie Stewart, foi dar uma volta em Pease e quase se chocou com o nosso jabuti, pois ele freava antes do que todo mundo. Até ali, os competidores já tinham quase o dobro das voltas completadas por Al.

Após o GP de 1969, Pease nunca mais voltou a F1, mas conseguiu entrar no hall da fama dos pilotos canadenses em 1998. Só não sei se por este motivo...


Um comentário:

  1. É a primeira vez que ouço falar neste piloto. Será que o problema é comigo?! hahaha

    Ludy

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